O Parque Estadual do Ibitipoca tem sido o mais procurado pelos turistas no estado de Minas Gerais nos últimos anos. Os 25 km de trilha abertos ao público atravessam mirantes, cachoeiras e grutas em um cenário de tirar o fôlego com altitudes que chegam a 1.784 metros acima do nível do mar.
Foto: Parque Ibitipoca por Econt, Domínio público
Circuito Janela do Céu
A Janela do Céu é o atrativo mais procurado do parque; um mirante sobre uma cachoeira de sete quedas, com vista para o céu e para os diferentes tons de verde dos mares de morros.
A parte interna da Janela do Céu é um espaço que comporta aproximadamente dez pessoas, que se espalham pelas águas do Rio Vermelho. Todos precisam esperar em fila para fazer sua foto no ponto mais requisitado.
O roteiro, no entanto, vai além deste mirante. O Circuito Janela do Céu é o maior dos três abertos à visitação; possui 16 km de trilha, já contando ida e volta, percorridos em cerca de seis horas.
No ponto mais alto do parque, o Pico da Lombada, é possível avistar a Zona da Mata mineira, à leste; e o Campo das Vertentes, à oeste. O terceiro palco no trajeto é o Pico do Cruzeiro, onde a comunidade reza o terço todo 3 de maio, Dia da Santa Cruz.
Abaixo do Pico do Cruzeiro, há visitações às grutas da Cruz, dos Três Arcos e dos Moreiras; a última gruta exige lanternas ao longo de seus 500 metros de extensão.
A Cachoeirinha, acima da Janela do Céu, encanta os visitantes com 35 metros de queda d’água, cercada de areia branca.
O trajeto é bem sinalizado, com trilha bem delimitada. Os guias recomendam o passeio para pessoas com preparo físico. Além disso, alertam para que levem lanches e relógio, pois o retorno à portaria deve ser feito até as 18 horas.
Circuito das Águas, o mais rico em atrativos
Considerado o roteiro mais bonito da região, o Circuito das Águas possui aglomeração de mais de 15 atrativos em apenas 5 km de trajeto. São lagos, paredões, grutas, cachoeiras, piscinas naturais e altos visuais.
É o roteiro mais curto e, diferentemente do Circuito Janela do Céu, pode ser curtido por crianças acompanhadas, já que as trilhas são curtas.
São as quedas do Rio do Salto que proporcionam os maiores atrativos! Os turistas curtem a Cachoeira dos Macacos, cujas águas percorrem 10 metros de altura até cair da Ponte de Pedra, formando uma piscina natural; o Lago das Miragens, margeado pelo Paredão de Santo Antônio; o Lago dos Espelhos, que mais parece uma praia; e o Lago Negro, com águas escuras devido à pouca incidência do sol na área, cercada por paredões, além da Prainha.
Circuito do Pião
O roteiro é o menos procurado, mas bastante recomendado para quem procura uma boa trilha. São aproximadamente 9 km de caminhada, contando ida e volta, em um percurso realizado em quatro horas.
Lá do alto, o visitante se depara com as ruínas da capela de Bom Jesus da Serra. A vista é mais voltada para o leste, para a região das serras da Mantiqueira e dos Órgãos.
É neste roteiro que o turista conhece a Gruta do Pião e a Gruta dos Viajantes; esta última, é considerada a mais bonita pelos guias, com várias galerias naturais, que serviam de abrigo para os tropeiros.
Quartzito – água cor de “Coca-Cola”
O parque fica sobre uma formação de quartzito. As camadas de areia que o compõe são visíveis e se espalham pelas trilhas e atrativos como resultado de sua dissolução. O solo poroso impacta na coloração das águas, ácidas e espumantes, que variam do dourado ao marrom.
O principal responsável pela cor de “coca-cola”, no entanto, é o tanino das folhas (que se decompõem nos rios) e a variação da incidência de luz (bloqueada pelos paredões).
As folhas são dos mais diversos tipos. O turista acompanha a rica biodiversidade do parque, passando por trechos de vegetação seca, seguidos de campos de vasta extensão e trechos úmidos. As águas dos rios fazem a floresta prosperar.
A fauna também é muito rica, com 39 espécies de anfíbios, 18 de cobras e lagartos, 46 de mamíferos e mais de 100 espécies de aves. No entanto, dificilmente o turista vai cruzar com os animais ao longo dos 25 km de trilha, que representam 2,8% do parque.
O que você precisa saber
O parque abre para visitação às 7h e fecha às 18h. Não são permitidas a entrada de animais de estimação, nem a prática de esportes radicais na reserva.
Os ingressos custam R$ 20 por visitante nos dias úteis e R$ 25 nos sábados, domingos e feriados. O estacionamento para bicicletas é gratuito, para motos custa R$ 20, para veículos de até 7 passageiros, R$ 25, e, para micro-ônibus, R$ 65.
O visitante deve se certificar de que tomou a vacina contra a febre amarela, pois alguns casos da doença já foram registrados na região. Repelente não é necessário devido à altitude.
O parque possui camping, restaurante com vista panorâmica e o Centro de Visitantes August Saint-Hilaire. O espaço tem exposição permanente com painel interativo, maquetes e fotos.
Entre outubro e janeiro ocorrem chuvas intensas e descargas elétricas. De fevereiro a maio, o tempo é limpo e com temperaturas agradáveis. De junho a setembro chove pouco e as temperaturas são amenas.
Recomendamos calçado fechado, óculos escuros, chapéu e roupas confortáveis, assim como capa de chuva para evitar imprevistos. Também é importante levar água e lanches nos passeios porque a caminhada ou o tempo no atrativo podem ser longos.
Como chegar
O parque fica na Zona da Mata mineira, sul do estado de Minas Gerais. Ocupa parte dos municípios de Bias Fortes, à leste, Santa Rita do Ibitipoca, ao norte, e Lima Duarte, ao sul e ao oeste; este último, é um ponto de apoio aos turistas, com pousadas e restaurantes na vila de Conceição do Ibitipoca.
A partir da capital Belo Horizonte, o turista deve percorrer 260 km de BR-040 no sentido Juiz de Fora; acessar à BR-267 no trevo do km 779; rodar 40 km até o município de Lima Duarte e percorrer 27 km de estrada de terra até a vila de Conceição do Ibitipoca.
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